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O que é Endometriose?

      A cavidade interna do útero é revestida pelo endométrio, um tipo de tecido que é afetado diretamente pelos hormônios femininos, engrossando sua espessura e sendo expelido do corpo conforme o período do ciclo menstrual da mulher. O endométrio permite que o embrião se instale na cavidade uterina e se desenvolva durante a gravidez.
     Quando esse tecido cresce fora do útero a mulher desenvolve endometriose. Os órgãos mais comumente acometidos são o peritônio, ovários, bexiga e intestino grosso.
     Ao final do ciclo menstrual, o endométrio é expelido do corpo por meio da menstruação. Quando há endometriose, ou seja, a presença de endométrio fora da cavidade uterina, ocorre uma “menstruação” dentro da cavidade abdominal, causando inflamação e dor intensa na mulher.
     A endometriose é uma condição que pode ser muito dolorosa, causando sérias dificuldades na vida da mulher afetada. De modo geral, essa condição é diagnosticada após os 20 anos de idade, mas o tecido uterino pode crescer fora do local correto antes mesmo que a menina tenha sua primeira menstruação.

Quais são os Sintomas?

Além das cólicas e dores abdominais muito fortes durante o período menstrual, que podem impedir a mulher de
manter suas atividades cotidianas, podem ocorrer:

Quais os tipos de Endometriose?

A endometriose pode ser classificada levando-se em consideração as seguintes características:

• A extensão do tecido endometrial;
• Sua profundidade;
• As áreas do corpo afetadas.

Entenda os estágios

Existem alguns pequenos implantes ou lesões. Eles podem ser encontrados em órgãos pélvicos, no tecido que reveste a pélvis ou o abdômen. Há pouco ou nenhum tecido cicatricial.

Há mais implantes do que no estágio 1. Eles também são mais profundos e pode haver algum tecido cicatricial.

Existem muitos implantes profundos. Podem existir pequenos cistos em um ou ambos os ovários e bandas grossas de tecido cicatricial, também chamadas aderências.

A mulher apresenta muitos implantes profundos e aderências espessas. Há também grandes cistos em um ou ambos os ovários.
A endometriose nem sempre progride de forma linear entre os estágios. Se não for tratada, pode permanecer no mesmo estágio ao longo do tempo ou pode progredir.

Tipos de endometriose, variações de localização.

O peritônio é uma membrana fina que reveste o abdômen e a pelve. Também recobre a maioria dos órgãos nessas cavidades. Nesse tipo de endometriose o tecido endometrial se liga ao peritônio. Esta é a forma menos grave mas pode causar dores intensas.

Este tipo de endometriose é caracterizados por desenvolver cistos preenchidos com um líquido escuro de coloração achocolatada, decorrentes do acúmulo de sangue e endométrio em seu interior. Os endometriomas variam em tamanho e podem aparecer em diferentes partes da pélvis ou do abdômen, mas são mais comuns nos ovários. Eles podem alterar o processo da foliculogênese, afetando diretamente a ovulação e a fertilidade feminina.

É a forma mais severa de endometriose e a que causa maior grau de infertilidade feminina. Neste tipo de endometriose o tecido endometrial invade órgãos dentro ou fora de cavidade pélvica, podendo acometer os ovários, reto, bexiga e intestinos.
Um exemplo de endometriose profunda é a endometriose do septo retovaginal, que atinge a região entre a vagina e o reto. Esse subtipo de endometriose pode gerar muito desconforto e dor na hora da relação sexual, além de promover alterações no hábito intestinal (constipação ou diarréia). Também pode ocorrer no septo vesico-uterino causando dor e sangramento ao urinar.

Neste tipo de endometriose o tecido endometrial cresce na parede abdominal. Acontece mais comumente em cicatrizes cirúrgicas de incisões abdominais, principalmente no local da incisão do parto cesáreo.

Como a endometriose é diagnosticada?

     A maneira mais precisa para o diagnóstico da endometriose é a videolaparoscopia. Este é um procedimento cirúrgico onde o cirurgião fará um pequeno corte e inserirá uma delicada câmera em sua cavidade abdominal para procurar sinais de endometriose. Nos locais suspeitos são realizadas biópsias para análise patológica. 

     A videolaparoscopia serve tanto para o diagnóstico como para o tratamento, podendo ser realizados no mesmo ato cirúrgico.
     Mas antes que se indique uma cirurgia, deve-se realizar um exame pélvico para sentir eventuais cistos ou identificar pontos dolorosos, pedir um ultrassom ou ressonância magnética para procurar endometriomas ou focos de endometriose profunda.

Tratamento da Endometriose

     A endometriose é uma doença crônica que pode regredir espontaneamente com a menopausa em razão da queda na produção dos hormônios femininos.
     Mulheres mais jovens podem valer-se de medicamentos que suspendem a menstruação: a pílula anticoncepcional tomada sem intervalos e os análogos do GnRH. O inconveniente é que estes últimos podem provocar efeitos colaterais adversos.
     Lesões maiores de endometriose, em geral, devem ser retiradas cirurgicamente. Quando a mulher já teve os filhos que desejava, a remoção dos ovários e do útero pode ser uma alternativa de tratamento.

Recomendações para lidar com a Endometriose:

• Não imagine que a cólica menstrual é um sintoma natural na vida da mulher. Procure o médico e descreva o que sente para ele orientar o tratamento;

• Faça todos os exames necessários para o diagnóstico da endometriose, uma doença crônica que acomete mulheres na fase reprodutiva e interfere na qualidade de vida;

• Inicie o tratamento adequado ao seu caso tão logo tenha sido feito o diagnóstico da doença;

• Saiba que a endometriose pode ser a causa da dificuldade para engravidar e a fertilidade pode ser restabelecida com tratamento adequado.

Quem é Dr. Paulo Dondoni

CRM/PR 20623 | RQE 14730

Médico pela Universidade Federal de Pelotas – UFPel
Residência Médica em Cirurgia Geral pela UFPel
Residência Médica em Cancerologia Cirúrgica pelo Hospital Erasto Gaertner – Curitiba-PR
Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Cancerologia
Mestre em Tocoginecologia pela UFPR
Coordenador do Serviço de Ginecologia Oncológica do Hospital do Câncer de Cascavel – UOPECCAN
Professor da Cadeira de Ginecologia da UNIOESTE